O Pará dá um passo decisivo para se tornar um dos maiores centros logísticos de movimentação de cargas do Brasil. O avanço foi obtido nesta quarta-feira, 26, com a adesão de cerca de 40 empresários da Região Norte ao projeto de construção da Plataforma Logística do Guamá.
Trata-se de um gigantesco empreendimento a ser construído no município de Inhangapi, próximo a Castanhal, a 70 quilômetros de Belém, para servir a princípio como entreposto rodofluvial aos produtos oriundos e aos insumos destinados à Zona Franca de Manaus.
Mas o projeto vai além. Prevê a transformação de uma área de 12 mil hectares às margens do Rio Guamá na mais moderna plataforma intermodal de operação de cargas da Amazônia.
A infraestrutura será adequada para a construção de estações privadas de transbordo, para a instalação de um porto público de médio porte e para o nascimento de um grande distrito industrial e naval.
Mais do que um corredor logístico, a Plataforma do Guamá oferecerá um novo modelo de desenvolvimento para o Nordeste paraense. Funcionará como um “cluster”, fomentando desde a verticalização de cadeias produtivas afeitas aos operadores envolvidos até setores como o de reparo de embarcações.
CARGA PESADA
É um projeto com impactos positivos na geração de empregos, no desenvolvimento sustentável, no combate à pobreza e à desigualdade regional, e com reflexos até mesmo na mobilidade urbana da capital paraense e na qualidade de vida dos moradores da Região Metropolitana.
Quando for inaugurada, a Plataforma Logística retira das ruas de Belém milhares de caminhões que cruzam a cidade todos os dias. Atualmente, os produtos fabricados na Zona Franca de Manaus são trazidos de navio até os portos localizados na rodovia Arthur Bernardes e de lá transportados aos seus destinos por via rodoviária. Antes de alcançar as rodovias federais de ligação com o Nordeste, cerca de 1.500 caminhões por dia, em média, atravessam Belém.
“Imagine o alívio que representa para a cidade a transferência desses veículos pesados, que atravancam o tráfego, para a Plataforma Logística do Guamá”, observa Alexandre Araújo, coordenador de logística da Secretaria Estadual de Indústria, Comércio e Mineração (Seicom).
“A Plataforma terá as condições ideais de escoamento, estacionamento e operação desses veículos, além de conectar o transporte rodoviário ao fluvial sem provocar prejuízos ao espaço urbano”, garante o titular da pasta, Davi Leal. “Sem falar no fato de que o transporte de cargas vai tornar-se mais rápido, barato e eficiente”, acrescenta.
REUNIÃO
Maturado por dois anos, o projeto foi apresentado pelo governador Simão Jatene aos representantes dos setores de logística, transporte e navegação, numa reunião pontuada por dois momentos marcantes.
O primeiro aconteceu quando o governador disse que a Plataforma do Guamá só será viável se contar com a participação efetiva dos empresários tanto na sua concepção como na execução.
“A Plataforma Logística do Guamá é uma solução que está no horizonte da nossa governabilidade. Depende de nós. Mas só vale a pena apostar nela se for do interesse de vocês, que representam os setores diretamente beneficiados”, alertou o governador. “Por isso, eu os chamei aqui. Eu quero ouvi-los”.
O pedido de Jatene pegou os convidados de surpresa. Quinze segundos de silêncio tomaram conta do ambiente, numa aparente demonstração de insegurança, que logo se desmanchou para dar lugar a um notório entusiasmo.
Todos os empresários e lideranças que se manifestaram asseguraram pleno interesse na construção da Plataforma, celebraram o projeto como de suma importância para a economia da região e comprometeram-se a participar de cada etapa do empreendimento.
Raimundo Holanda, presidente da Federação Nacional das Empresas de Navegação, resumiu bem a empolgação. “A Plataforma do Guamá é um novo conceito de transporte e logística, que deveria ser copiado por todos os Estados da nossa região”, sugeriu.
“É uma iniciativa que vai ao encontro de tudo aquilo que nós, empresários e produtores, estamos pensando. O Governo do Pará está de parabéns”, afirmou José Rebelo, presidente do Sindicato dos Armadores do Pará.
“Além de todas as vantagens do ponto de vista estratégico, a Plataforma do Guamá também reduz custos. Nós, do Sindicarpa, damos total apoio”, disse Cilene Sabino de Oliveira, presidente do Sindicato das Empresas de Logística e Transporte de Cargas do Pará.
“Eu o parabenizo, governador, não apenas pelo projeto, um dos mais modernos do Brasil, mas principalmente por ouvir a gente. Eu me sinto honrado”, destacou o empresário Rodrigo Shimura, da Combitrans, empresa amazonense especializada em logística.
AGENDA
No final da reunião, os empresários decidiram que no próximo dia 8 vão consolidar suas contribuições em relação ao projeto, para apresentá-las ao governador em um novo encontro, no dia 16 de abril, dando início a uma inédita agenda conjunta de trabalho entre Governo do Pará e empreendedores dessa área.
Foi quando se deu o segundo momento marcante do encontro: uma longa salva de palmas, confirmando a aprovação dos empresários ao projeto, o apoio deles à iniciativa do governo de trabalhar em conjunto com a iniciativa privada e a confiança nos compromissos assumidos pelo governador.
“Só com geração de emprego e renda se combate a pobreza e a desigualdade. Eu fico muito feliz com o apoio de vocês a esse projeto, que contribui para vencermos o enorme desafio da logística na nossa região e mudarmos paradigmas na relação entre o Poder Público e os empresários”, agradeceu Simão Jatene.
Paulo Silber
Secretaria de Estado de Comunicação
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Atualizado em 27/03/2014 11:31:00
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